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Esses bichinhos caricatos, despretensiosos e nativos da continente americano (sim, AMERICANO) habitam em savanas, cerrados, caatingas, matas ciliares e florestas úmidas. São 21 espécies conhecidas no mundo, 11 ocorrem no Brasil e dessas 5 estão presentes no bioma Caatinga. São mamíferos placentários da superordem Xenarthra e ordem Cingulata (podem ser facilmente identificados pela estrutura óssea em forma de armadura que cobre suas cabeças, corpo e cauda – exceto o gênero Cabassous, que têm uma cauda nua) sabe de quem estamos falando? Os Tatus. Entre os parentes Xenarthra mais próximos, podemos citar o Tamanduá e a Preguiça.

Os tatus têm importante relevância ecológica, pois à medida que se alimentam de tubérculos, frutas e insetos contribuem para o equilíbrio de populações de formigas e cupins que podem causar problemas na agricultura e residências. Entre as espécies encontradas na Caatinga estão:

– Tatu-peba (Euphractus sexcinctus): conhecido por seu corpo peludo e comportamento solitário, costuma reutilizar suas tocas e as reconhece graças a uma secreção que é usada para demarcá-la. É bastante caçado para alimentação, possui hábitos diurnos, corre rápido para escapar dos predadores;

– Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus): cavam tocas com 6 metros de comprimento e aberturas de 20 cm de diâmetro. Vivem mais de 22 anos e podem pesar quase oito quilos. As fêmeas tem a capacidade de reter o óvulo fecundado, gerando filhotes muito tempo depois da cópula. Geralmente os filhotes são quadrigêmios idênticos, pois as fêmeas desse gênero apresentam poliembrionia obrigatória, ou seja, um único óvulo fecundado se divide em 4 embriões;

-Tatu-china (Dasypus septemcinctus): também chamado de tatuí pode ser encontrado na Caatinga e outras regiões brasileiras, na Bolívia, Paraguai e Argentina. Alimentam-se de insetos, habitam campos abertos, florestas e cerrados. Quando ameaçado, ele corre dando arrancadas como se fossem pulos, movimentando todos os membros de uma só vez.

-Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus): Um grande conhecido dos brasileiros e do mundo na atualidade. Ficou popular depois de ter sido escolhido como mascote oficial da Copa do Mundo de 2014. Este simpático bichinho é encontrado apenas no Brasil nas regiões de Caatinga e Cerrado. De hábitos noturnos, ele curva-se em formato de bola para se proteger de seus predadores, alimenta- se de cupins, invertebrados e material vegetal. Não cava tocas, mas aproveita as abandonadas como abrigo e esconde-se também em baixo de folhagens. É o menor dos tatus brasileiros e está altamente ameaçado de extinção.

-Tatu-rabo-de-couro (Cabassous unicinctus): também conhecido como tatu-de-rabo-mole-pequeno, assim conhecido devido à ausência de escudos ao longo de sua cauda. Ao cavar uma toca, gira o corpo de forma helicoidal deixando a abertura com formato bem arredondado. Solitário, alimenta-se de cupins e formigas e tem um filhote por vez.