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A Associação Caatinga participou, nos dias 22 e 23 de julho, do seminário que marca o início da revisão do Plano Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAE-CE). O evento, realizado no Centro de Formação Frei Humberto, em Fortaleza, reuniu representantes da sociedade civil, do empresariado regional e do setor público para construir o novo plano estadual de combate à desertificação no semiárido cearense.

A revisão do plano estadual acontece com base nas diretrizes do Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB), atualizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) em 2024. A proposta do PAB é identificar os fatores que contribuem para o avanço da desertificação e, a partir disso, orientar governos, comunidades locais e a sociedade sobre medidas concretas de enfrentamento.

Os encontros no Ceará fazem parte de uma série de três seminários. Além de Fortaleza, uma segunda etapa já foi realizada em Jaguaribe (28 e 29/07) e a próxima ocorre no Crato (31/07 e 01/08). A expectativa é que os Planos Estaduais de Ação (PAEs) sejam atualizados até setembro de 2025, com desdobramentos previstos até 2026, de acordo com o Programa de Ações de Combate à Desertificação (Proades).

A Associação Caatinga contribuiu com sua experiência em conservação do bioma, implantação de tecnologias sociais adaptadas ao semiárido e fortalecimento das comunidades rurais. A instituição atua diretamente com famílias que enfrentam os desafios da escassez hídrica e da degradação ambiental.

A gente que está ali no dia a dia, conversando com as famílias, vendo de perto os impactos da seca e da degradação, sabe o quanto essas políticas públicas são importantes.

Poder contribuir com esse plano trazendo a vivência do território, das tecnologias sociais e da conservação da Caatinga, é uma forma de garantir que as ações façam sentido para quem realmente precisa delas”, afirma Andreza Melo, analista de projetos socioambientais da Associação Caatinga.

A escuta da sociedade civil e de instituições locais é o ponto de partida para a construção de um plano mais justo, representativo e efetivo. Com a integração de diferentes saberes e realidades, o novo PAE-CE visa fortalecer políticas públicas voltadas à resiliência climática, segurança hídrica e desenvolvimento sustentável no semiárido nordestino.

A expectativa é que os resultados dos seminários e das escutas territoriais sejam apresentados na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), prevista para novembro, como parte dos compromissos brasileiros de enfrentamento à desertificação e adaptação climática.