Nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, a equipe da Associação Caatinga participou de uma oficina virtual com pesquisadores de várias regiões do Brasil para discutir o futuro de três espécies: o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), o tatu-canastra (Priodontes maximus) e o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla). Esse encontro integra as atividades do Plano de Ação Nacional para a Conservação do Tamanduá-Bandeira, Tatu-Canastra e Tatu-Bola, conhecido como PAN TATA 📜.
De acordo com Samuel Portela, coordenador de conservação da biodiversidade da Associação Caatinga, “a oficina teve como objetivo monitorar o ciclo de cinco anos do PAN TATA e avaliar os avanços alcançados na proteção dessas espécies”. Quando questionado sobre o futuro do Plano, Samuel completa: “Agora, a ideia é que, no ano que vem, possamos trabalhar na elaboração de um novo ciclo do PAN e iniciar ações voltadas à melhoria da conservação e do status de ameaça dessas espécies”.
A Associação Caatinga integra o Grupo de Assessoramento Técnico do PAN e também colabora em diversas ações previstas nesse plano, cujo objetivo principal é tirar essas espécies da zona de ameaça de extinção. Entre as várias ações do Plano, destacam-se os objetivos específicos que incluem pesquisas científicas, criação de unidades de conservação, estudos comportamentais e identificação de áreas de ocorrência das espécies.
O que é um PAN?
Um Plano de Ação Nacional é um instrumento de gestão para ordenar e priorizar as atividades de conservação da biodiversidade em um prazo definido e pode incluir uma única espécie, grupos ou conjuntos de seres vivos.
A Associação Caatinga participa de três Planos de Ação Nacional (PANs). O primeiro é o PAN TATA; o segundo, o PAN Aves da Caatinga, que visa melhorar o estado de conservação das aves do semiárido; e o terceiro é o PAN Insetos Polinizadores, voltado para a conservação de espécies ameaçadas de abelhas, borboletas e mariposas.
Tatu-bola
O tatu-bola é o menor tatu do Brasil, com comprimento total que varia entre 40 e 43 cm. É uma espécie encontrada principalmente no Brasil, especialmente na Caatinga, além de pequenas áreas do Cerrado. Por indicação da Associação Caatinga, esse animal foi escolhido como mascote da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Atualmente, o tatu-bola está na Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, classificado na categoria “Em Perigo”.
Tatu-canastra
Ao contrário do pequeno Tatu-Bola, o Tatu-Canastra é um verdadeiro “gigante”, podendo medir mais de 1 metro de comprimento. Ele possui grandes garras nas patas dianteiras, que o ajudam a escavar buracos. A espécie vive no Pantanal, Cerrado, Amazônia e nos remanescentes da Mata Atlântica brasileira, além de ocorrer em quase toda a América do Sul (exceto Chile e Uruguai). De acordo com a Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, o Tatu-Canastra está classificado na categoria “Vulnerável”.
Tamanduá-bandeira
Também conhecido como Jurumim e Tamanduá-Cavalo, o Tamanduá-Bandeira é um mamífero encontrado em quase todos os países da América do Sul e em algumas áreas da América Central. Com hábitos terrestres, sua boca é adaptada para a ingestão de formigas e cupins. Na Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, ele está classificado na categoria “Vulnerável”.