Skip to main content

A Associação Caatinga participou, em novembro, da reunião de encerramento do primeiro ciclo do Plano de Ação Nacional para a Conservação do tamanduá-bandeira, do tatu-canastra e do tatu-bola (PAN TATA). O encontro aconteceu na sede do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas e Xenartros do ICMBio, em Cabedelo, na Paraíba. A reunião articulou pesquisadores, instituições parceiras e gestores públicos para avaliar os resultados obtidos ao longo dos últimos cinco anos e discutir os próximos passos para a conservação dessas espécies ameaçadas.

Criado em 2018, o PAN TATA é uma política pública federal que orienta ações prioritárias para minimizar ameaças a três espécies classificadas como Vulneráveis (VU): o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra e o tatu-bola. O plano reúne diferentes setores da sociedade e define estratégias para enfrentar problemas como perda de habitat, queimadas, caça, agrotóxicos e atropelamentos.

Avaliação do ciclo

Durante a reunião, o biólogo e coordenador de conservação de biodiversidade da Associação Caatinga, Samuel Portela, destacou a importância dos Planos de Ação Nacional (PANs) como ferramentas de conservação das espécies e seus habitats.

“O PAN é um documento estratégico que reúne ações específicas para espécies ameaçadas. Cada ciclo dura cerca de cinco anos e, ao final, fazemos uma avaliação para entender o que avançou, o que ficou pendente e como podemos melhorar. O objetivo final é reduzir o risco de extinção e, quando possível, tirar essas espécies da lista de ameaçadas”.

Ele ressaltou ainda que o PAN TATA resultou da união do PAN tatu-bola com o PAN do tamanduá-bandeira e do tatu-canastra. Essa integração possibilitou uma abordagem mais eficiente e articulada.

Os planos de ação são planejamentos coletivos que reúnem diferentes setores da sociedade para definir estratégias de conservação. A partir das ameaças identificadas na Lista Vermelha, um inventário onde são catalogados os animais em risco, estruturamos objetivos e ações prioritárias para enfrentar esses desafios.

Renata Azevedo, coordenadora nacional do PAN TATA.

Ela explica que, ao longo do ciclo, o grupo trabalhou em oito objetivos específicos relacionados às principais ameaças às espécies: “Focamos desde a mitigação de incêndios e colisões veiculares até pesquisas estratégicas, manejo e redução de conflitos envolvendo as comunidades locais”, afirmou.

Renata também ressaltou que o ciclo produziu resultados importantes, como protocolos técnicos padronizados, definição de áreas prioritárias para conservação, ações voltadas à mitigação de impactos de estradas e o fortalecimento de parcerias institucionais.

Expectativas para o próximo ciclo

Com o encerramento do primeiro ciclo do PAN TATA, o grupo decidiu manter as ações e elaborar um novo plano, previsto para 2026. Segundo Renata, a próxima etapa deverá trazer estratégias ainda mais direcionadas.

“Queremos focar em ações mais específicas, fortalecer a atuação em regiões onde ainda não temos parceiros e ampliar o envolvimento de instituições essenciais para o êxito do plano. A ideia é melhorar a implementação e potencializar os resultados”, destacou.

O próximo PAN também contará com uma novidade: a inclusão do Tolypeutes matacus, conhecido como tatu-bolinha-do-pantanal, recentemente classificado como espécie ameaçada.