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A Associação Caatinga marcou presença no III Encontro Internacional do Diálogo Pró-Carnaúba & I Congresso Científico da Cadeia da Carnaúba, realizado nos dias 2 e 3 de setembro, na sede do Banco do Nordeste, em Fortaleza (CE). A Associação Caatinga participou de dois momentos da programação: uma mesa-redonda sobre tecnologias sociais no extrativismo e uma roda de conversa para apresentar o novo projeto Observatório da Carnaúba.

Na mesa-redonda Tecnologia Social no Extrativismo, a equipe apresentou uma inovação que tem transformado o setor: o secador solar. A tecnologia, já em funcionamento na comunidade extrativista Assentamento Aragão, em Miraíma (CE), moderniza a extração do pó das palhas de carnaúba. Em uma estrutura semelhante a uma estufa, as palhas são estendidas em varais e manejadas com o auxílio de um equipamento que extrai o pó. Diferentemente do método tradicional, em que as palhas são destruídas para a retirada do pó, o secador solar preserva as folhas inteiras, que podem ser aproveitadas para a prática de artesanato.

O uso do secador solar aumenta em mais de 30% o rendimento e a qualidade do pó cerífero, além de proteger o material da ação do vento e da chuva. Representantes do Assentamento Aragão, que já utilizam o equipamento de forma coletiva durante as safras, também participaram do evento. A comunidade é parceira da Associação em diversas iniciativas de fortalecimento e profissionalização da cadeia produtiva da carnaúba.

No segundo dia do encontro, a Associação Caatinga apresentou o Observatório da Carnaúba, iniciativa desenvolvida em parceria com a Embrapa. O projeto vai mapear 20 mil hectares de carnaubais no Ceará, reunindo informações estratégicas para subsidiar políticas públicas, orientar produtores e apoiar a conservação dos carnaubais.

O evento também teve a conferência Pesquisa e Inovação – Controle da Unha-do-Diabo, ministrada pelo professor Rafael Costa, da Universidade Federal do Ceará. A pesquisa, apoiada pela Associação Caatinga, apresenta estratégias para o controle da unha-do-diabo (Cryptostegia madagascariensis), trepadeira nativa de Madagascar introduzida no Brasil como planta ornamental. A espécie se consolidou como uma das principais invasoras em áreas semiáridas, causando severos danos aos carnaubais da Caatinga e ameaçando o equilíbrio ambiental da região.

O evento reuniu pesquisadores, produtores, organizações sociais e representantes do setor para discutir os avanços, desafios e oportunidades da cadeia produtiva da carnaúba, considerada um dos recursos naturais mais importantes do Nordeste brasileiro.