Organização é a responsável pela manutenção de uma reserva natural de proteção do bioma Caatinga, por atuar em 28 comunidades do sertão do Ceará e Piauí e pelo projeto que levou o Tatu-bola a ser mascote da Copa do Mundo 2014.
Em 21 de outubro de 1998 foi criada, em Fortaleza, a Associação Caatinga, uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, que promove a conservação das terras, florestas e águas do único bioma exclusivamente brasileiro: a Caatinga.
A entidade surgiu através do apoio do Fundo para Conservação da Caatinga, estabelecido por Samuel Johnson, um dos sócios da S.C. Johnson & Son , uma indústria química de origem norte-americana que fabrica produtos de higiene e limpeza com base na cera da carnaúba, árvore endêmica desse bioma.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, A Caatinga ocupa cerca de 11% do território nacional, e engloba vários estados do nordeste, como Alagoas, Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão e ainda Minas Gerais, no sudeste. Possui uma vegetação e fauna ricas em biodiversidade, mas ainda pouco conhecida por pesquisadores, no entanto, já em alto risco de desaparecimento devido ao manejo inadequado e o acelerado desmatamento.
Dados de 2015 do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que 45% do bioma já foi degradado.
Hoje a Associação Caatinga é reconhecida como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e cadastrada no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA), desenvolve projetos para a criação e gestão de áreas protegidas, o fomento à pesquisa, a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável.
Em suas ações, a organização trabalha na construção de uma rede de parceiros, potencializando a mobilização de pessoas e instituições interessadas na conservação da biodiversidade da Caatinga, num espectro que abrange universidades, órgãos técnicos e de financiamento, proprietários rurais e agricultores familiares, empresários, organizações do terceiro setor e instituições governamentais.
Tatu-bola na Copa do Mundo
A Associação Caatinga ganhou destaque na mídia em 2014 quando ficou a frente da campanha que elegeu o Tatu-bola como animal símbolo da Copa do Mundo 2014, realizada no Brasil. O bicho foi batizado de “Fuleco”, e representa um projeto que busca a preservação do Tatu-bola, o Tolypeutes tricinctus, a menor e menos conhecida espécie de tatu do Brasil, endêmica da Caatinga e Cerrado. Devido à caça e a destruição do seu habitat natural, esse animal foi incluído na Lista Oficial da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção na categoria “vulnerável”, e, recentemente seu risco de extinção foi elevado para a categoria “em perigo”.
Muito antes do Programa Tatu-Bola, a Associação Caatinga já é responsável pela administração e manutenção da Reserva Natural Serra das Almas. São 6.146 hectares de área protegida que resguardam três nascentes e espécies ameaçadas de extinção. São desenvolvidas atividades de pesquisa científica, recreação e visitação escolar, além de projetos de educação ambiental e desenvolvimento sustentável junto às comunidades do entorno da reserva, combinando preservação ambiental com geração de renda e melhoria da qualidade de vida local. A Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra das Almas, mantida pela Associação Caatinga, é reconhecida, pela Unesco, como Posto Avançado da Reserva da Biosfera por abrigar uma representativa parte da caatinga no sertão de Crateús-CE.