Associação Caatinga participou ativamente do processo de criação da UC e marcou, mais uma vez seu nome na história como referência na criação de Unidades
Hoje, 31 de janeiro, é comemorado o Dia Nacional das Reservas Particulares de Patrimônio Natural. Em comemoração à data, o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, e o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ricardo Soavinski, realizarão uma cerimônia na sede da autarquia, em Brasília, para oficializar a criação de novas unidades de conservação, incluindo mais uma em território cearense, a RPPN Sítio Lagoa, que fica no município de Guaramiranga (CE).
Com 70 hectares de área preservada, a RPPN Sítio Lagoa está sendo criada pelo projeto ‘RPPN: conservação voluntária gerando serviços ambientais’, executado pela Associação Caatinga e patrocinado pela Fundação Grupo Boticário, e por meio da parceria da Associação Caatinga com a Aquasis, entidade que já realiza o trabalho de conservação de espécies na região e que identificou a propriedade.
“Através do trabalho de proteção ao periquito-cara-suja, a Aquasis identificou localizou o proprietário que já demonstrava interesse em manter parte da propriedade preservada. Dessa forma, a Associação Caatinga pôde entrar com apoio técnico realizando georreferenciamento da área, protocolando e acompanhando o processo junto ao ICMBio até a publicação da Portaria de criação da nova UC”, detalha Samuel Portela (36), Biólogo e Coordenador Técnico da Associação Caatinga.
Importância ecológica
Portela também explica que a região do Maciço do Baturité representa uma mancha do bioma Mata Atlântica dentro do domínio da Caatinga e ressalta a importância da preservação dessa área para a conservação da biodiversidade. “No Local há ocorrência de inúmeros animais ameaçados de extinção, como o periquito-da-cara-suja (Pyrrhura griseipectus), o tucaninho-da-serra (Selenidera gouldii baturitensis) e além de outras espécies que só têm ocorrência nesse território”, completa.
O Sítio Lagoa tem uma área total de 373 hectares e compõe a encosta do Pico Alto, local de maior altitude do Maciço de Baturité. Antônio Eugênio Gadelha (72) é o representante legal da propriedade pertencente à família. Ele conta que a ideia de manter parte da área com floresta preservada sempre foi uma prática da família, e que a decisão de criar uma RPPN surgiu a partir da vontade de evitar possíveis degradações no futuro.
“Percebemos como toda a vida daquela região depende do equilíbrio da biodiversidade existente. Mantendo aquelas árvores de floresta, as encostas estarão protegidas das erosões dos ventos e das chuvas e as condições hídricas continuarão beneficiando o clima das serras”, aponta Eugênio, recorrendo a responsabilidade dos proprietários frente à manutenção do equilíbrio climático na região. “Conhecemos essa área e percebemos o quanto ela é importante para as condições climáticas de nossa serra úmida do maciço de Baturité. Como proprietários, precisávamos cuidar da preservação daquele bioma”, delibera.
Além de Sítio Lagoa, serão criadas também as RPPNs: Contendas II localizada em Ituberá (BA), Cachoeira do Andorinhão, Cambuí (MG) e Reserva Volta Velha – Pe. Piet Van Der Art, localizada em Itapoá (SC).
Serviço AC
A Associação Caatinga, além dos projetos executados, também presta serviços que auxiliam a criação de Unidades de Conservação. Para mais informações basta entrar em contato pelo número (85) 3241.0759 ou pelos e-mails: jessika@acaatinga.org.br e samuel@acaatinga.org.br