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Projeto ambiental do Piauí usa cartilha da Associação Caatinga para construir forno solar

“Expandir nossos sonhos e ambições por um mundo melhor”, esse é o objetivo do Bora Permaculturar, uma organização não governamental que implementa ações de permacultura e agroecologia no interior do Piauí. O projeto tenta levar um estilo de desenvolvimento sustentável ao sertão nordestino a partir de planos de consultoria, palestras e cursos.

Uma das principais ações da ONG é a “Escola Beta”, um colégio agroecológico que está sendo construído no município de Betânia do Piauí. Segundo o biólogo João Lotufo, um dos coordenadores da Bora Permaculturar, a “escola visa sistematizar saberes agroecológicos contextualizados à região e que possam possibilitar a geração de renda e ampliação do bem viver”.

E foi durante a construção da escola que a Associação Caatinga cruzou a história da Bora Permaculturar. Por ser um projeto agroecolócigo, uma das intenções do colégio é usar o sol da caatinga como fonte de energia e então surgiu a ideia de desenvolver um forno solar para “potencializar os meios locais” e “cozinhar os lanches da escola de forma sustentável”, segundo João. 

Em suas pesquisas para realizar o plano, João se deparou com a cartilha de forno solar da Associação Caatinga. O biólogo afirma que o material “é bem rico e detalhado” e  que foi o “principal orientador no processo de construção do forno”. Um protótipo do forno está sendo desenvolvido e o próximo passo é “realizar uma construção coletiva com os alunos da escola e dois carpinteiros locais”.  Veja o forno solar construído pelo projeto Bora Permaculturar:

forno solar bora permaculturar

Além dessa tecnologia sustentável, a Escola Beta também irá utilizar a energia solar para construir um aquecedor de água, um dessalinizador e um desidratador. A construção do colégio conta com o apoio do Instituto Novo Sertão e do BetaLab.

Conheça o projeto Bora Permaculturar. Eles têm site, Instagram, Facebook e canal no Youtube.

O que é um forno solar?

O forno solar é uma tecnologia que cozinha alimentos com a luz do sol. O equipamento funciona a partir de uma caixa térmica com espelhos e tampas que funcionam para concentrar o calor, formando uma espécie de efeito estufa em escala reduzida que pode chegar até 150ºC. Além disso o forno solar também pode ser utilizado para purificar água e esterilizar utensílios

Para entender melhor o funcionamento do forno solar basta imaginar um carro estacionado em uma rua ensolarada. Após passar minutos em contato com a irradiação do sol, o interior do automóvel apresenta altas temperaturas. Isso acontece porque o vidro permite a passagem da luz, mas aprisiona o calor dentro do veículo. A mesma coisa acontece com o forno solar, mas de forma proposital e com finalidades domésticas.

As cartilhas e o trabalho da Associação Caatinga

O material sobre o forno solar não é único. A Associação Caatinga, através do projeto No Clima da Caatinga, escreveu outras sete cartilhas. Todas sobre tecnologias sustentáveis que facilitam a convivência das famílias sertanejas com a seca. São elas: cisterna de placas, sistema bioágua, meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão), coleta e manejo de sementes nativas da caatinga, resíduos sólidos, compostagem e fogão ecoeficiente.

A Associação Caatinga distribuiu todas essas tecnologias para famílias das 40 comunidades do interior do Ceará e do Piauí que estão ao redor da Reserva Natural Serra das Almas, unidade de conservação gerida pela Associação Caatinga. As cartilhas são impressas e partilhadas para facilitar o uso das técnicas. O material também está disponível para download.

O documentário “O Mundo do Raimundo” explica essa parte do trabalho da Associação Caatinga: