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Queimadas crescem 48,8% no Brasil; Caatinga registra aumento de 32%

O número de incêndios florestais no Brasil cresceu 48,8% de 2018 para 2019, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe).  As queimadas cresceram em todos os seis biomas. A caatinga registrou um crescimento de 32%. Em 2018 foram 11.347 pontos de fogo no Nordeste brasileiro, já em 2019, o total subiu para 14.960. Em outubro, o mês mais grave, foram 4716 focos de queimadas.

Ao total, o número de focos ativos de incêndio no Brasil saltou de 132,8 mil em 2018 para 197,6 mil no ano passado. O Pantanal foi onde houve o maior aumento: 493%. O ano de 2018 marcou 1691 focos no bioma dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, enquanto 2019 registrou 10.025 pontos.

Já a Amazônia foi o bioma que mais sofreu com as queimadas em número total. Em 2019, o bioma do norte do país apresentou 89.178 focos de incêndio, contra 68.345 em 2018. Um aumento de 30%. Os satélites do Inpe mostraram que agosto foi o mês mais crítico para a região, quando 30,9 mil pontos estiveram em chamas.

O Cerrado ficou em segundo lugar. O bioma conhecido pela vegetação estilo savana teve 39.449 focos de queimadas em 2018. Já no ano passado foram 63.874, um aumento de 62%. Cerca de um terço destes focos, 22.989, foram observados em setembro, o pior mês para a região.

Em seguida aparece o Pampa, com um aumento de 91%. Os pontos de queimadas saltaram de 742 para 1420 no bioma predominante da região sul do país. Agosto foi o pior mês, quando 446 pontos foram mapeados.

Já a Mata Atlântica, o bioma mais devastado do Brasil, registou um aumento de 60%. Foram constatados  6879 focos a mais, de 2018 para 2019. O número foi de 11.298 para 18.177. O ponto ápice das chamas foi agosto, quando 4689 pontos pereceram.

Queimadas no Ceará e no Piauí

O estado do Ceará apresentou um aumento de 41.8% no número total de focos de queimadas. Em 2018 foram 3034 locais enquanto o ano passado registrou 4304. O pior mês foi outubro, quando os dados do Inpe mapearam 1373 locais com fogo. Devido ao tempo seco e árido que atinge a região nordeste naturalmente durante o segundo semestre do ano, os meses de agosto, setembro e outubro são marcados por uma alta na quantidade de incêndios florestais.

Já no Piauí a situação foi mais grave. O estado que é dividido entre os biomas Caatinga e Cerrado, registrou, em 2018, 9431 pontos ativos de queimadas. No ano passado, esse número cresceu 15% e saltou para 10894. O mês recorde, com 3137 locais em chamas, foi setembro.

Reserva Natural Serra das Almas

Para prevenir incêndios florestais na Reserva Natural Serra das Almas, a Associação Caatinga (AC), através do projeto No Clima da Caatinga, implantou uma série de medidas contra queimadas na área. Ainda em 2018, duas estações meteorológicas foram instaladas para analisar mudanças climáticas, drones são manejados para mapear a floresta e os colaboradores da AC são constantemente capacitados em brigadas de combate ao fogo. Moradores das comunidades da região também são treinados para auxiliar em qualquer eventual emergência que coloque em risco a integridade da mata.