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Entre novembro e dezembro deste ano foram plantadas 2100 mudas de espécies nativas do semiárido no município de Açu (RN). O objetivo do plantio é investigar e detectar melhores possibilidades para aumentar a taxa de sobrevivência das espécies semeadas em áreas de Caatinga.

A ação é um desdobramento do curso “Restauração Ecológica da Caatinga”, que foi realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em parceria com a Associação Caatinga e a Neoenergia. O evento reuniu gestores públicos e Organizações Não Governamentais de todos os estados do Nordeste para debater teorias e práticas sobre a restauração de ambientes semiáridos.

Todo o processo de execução do curso foi guiado pela professora Gislene Ganade, que é coordenadora do Laboratório de Ecologia da Restauração (LER) da UFRN. A partir do trabalho do laboratório surgiu uma inovadora técnica de combate à desertificação que foi utilizada durante o plantio das 2100 mudas. O método usa canos de PVC para aumentar, em até 70%, a taxa de sobrevivência das espécies plantadas.

Desenvolvemos a possibilidade de usar raízes grandes com esses canos de PVC. Aí você planta a espécie nesse “vaso” e elas conseguem crescer rapidamente e em poucos meses a raiz já está lá embaixo porque você coloca a água na parte de baixo do cano e a planta procura a água. Então na hora de plantar a espécie no campo, ela já vai ter um porte maior porque ela se desenvolveu bem na parte do tronco e da folha e, ao mesmo tempo, ela tem uma raiz que sustenta esse porte maior”, explica Gislene Ganade.

Pela descoberta criativa e que promete revolucionar a restauração de ambientes semiáridos, o LER recebeu o certificado “Dryland Champions Brasil”, honraria entregue pela Organização das Nações Unidas e Ministério do Meio Ambiente.

Década de Restauração de Ecossistemas

O curso e o plantio estão em consonância com a Década de Restauração de Ecossistemas, uma data estabelecida pela Organização das Nações Unidas. O período simboliza e integra um esforço mundial para restaurar os ecossistemas naturais da Terra com intuito de conservar a biodiversidade, combater a desertificação e mitigar os efeitos do aquecimento global.

Leia mais sobre a técnica de plantio: https://www.acaatinga.org.br/papo-caatingueiro-gislene-ganade-fala-sobre-tecnica-inovadora-no-combate-a-desertificacao/